O câncer de mama é uma doença muito temida pelas mulheres, tanto pelo seu risco a saúde física quanto pelo seu impacto emocional e social. Na ocasião do diagnóstico, a paciente se depara com o medo da morte e da mutilação, e consequentemente os sentimentos de angustia, raiva, tristeza. É importante esclarecer suas dúvidas com um profissional tecnicamente capacitado e atualizado em relação ao câncer de mama, pois existem muitos mitos sobre seu tratamento.
É uma condição relativamente comum: mulheres têm risco de 12% de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Com diagnóstico cada vez mais precoce e tratamentos mais precisos as chances de cura são excelentes.
Mas o que é exatamente o câncer de mama?
Normalmente nossas células se multiplicam e morrem de forma ordenada e controlada, de acordo com as necessidades do nosso corpo. Algumas células estão em frequente multiplicação, como na pele e na medula óssea, outras se dividem menos ou não se dividem. O câncer é, basicamente, uma doença causada pela divisão celular descontrolada.
Como é o tratamento geral do câncer de mama?
Atualmente existem diversas armas contra o câncer de mama, sendo cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, terapia-alvo e imunoterapia as principais. O médico mastologista traça junto a paciente uma estratégia adequada para o caso, utilizando as armas mais eficazes para aquela situação.
É importante saber que é uma condição muito heterogênea, ou seja, tem tipos muito variados, com diferentes “agressividades” e tratamentos distintos. Quando falamos câncer de mama na verdade não estamos falando de uma mas de várias doenças. Muitas vezes as pacientes questionam: ‘mas eu tive uma amiga que usou certa medicação ou certo tratamento, porque eu não farei?’ O tratamento para o câncer de mama é cada vez mais individualizado, e isso é uma ótima notícia. É uma maneira de conseguir resultados cada vez mais eficazes com menos efeitos colaterais.
Se no passado o tratamento era decidido fundamentalmente baseando-se no tipo, no tamanho e na presença de linfonodos comprometidos na axila, atualmente são feitas análises ainda mais aprofundadas e particularizadas. O exame imunohistoquímico avalia que tipo de moléculas estão expressas no tumor, permitindo escolher tratamentos mais adequados para cada situação. Esse exame pode ser realizado no material da biópsia que diagnosticou o problema.
O exame imunohistoquímico divide os tumores em alguns subtipos principais:
Tumores luminais: são aqueles que expressam receptores hormonais (receptores de estrogênio e/ou receptores de progesterona). São o subtipo mais comum, em geral de crescimento mais lento quando comparado aos outros. Apresentam a possibilidade de tratamento com hormonioterapia, que são remédios que bloqueiam ou minimizam a ação hormonal sobre o tumor. São ainda subdivididos em luminal A e luminal B. Os tumores luminais A expressam os receptores hormonais em maior quantidade, sendo de crescimento mais lento, já os luminais B expressam os receptores hormonais em menor quantidade e tem índices de replicacao mais altos (ki67).
Tumores com superexpressão de HER2: são os tumores que apresentam a molécula de HER2 em grande quantidade (3+ ou 2+ com FISH positivo). O HER2 funciona como um “turbo” na célula tumoral, sendo em geral tumores de crescimento mais rápido quando comparados aos luminais. Apresentam a possibilidade de tratamento com terapia-alvo, que são remédios anti-HER2, atuam “desligando” o turbo. Tais medicação em gerais são dadas durante e após o tratamento de quimioterapia.
Tumores Triplo-Negativo: são tumores que não expressam receptores hormonais e nem HER2. São tumores de crescimento mais rápido quando comparados aos luminais. Por não terem nenhum dos receptores não são candidatos ao tratamento com hormonioterapia e nem terapia alvo; por essa razão a quimioterapia é geralmente utilizada, mesmo em tumores pequenos.
Atém de conhecer, através da biópsia, o “nome” e o “sobrenome” do tumor, o médico mastologista poderá precisar pedir outros exames – da mama e do resto do corpo – a depender da percepção dele para o seu caso. Exames chamados de estadiamento, com o objetivo de checar se existe sinal da doença no restante do corpo, estão indicados algumas vezes mas nem sempre. Tumores iniciais, ou seja, aqueles pequenos, diagnosticados precocemente, muitas vezes não precisam de exames de estadiamento pois o risco de metástase é ínfimo. O estadiamento, quando indicado, pode ser realizado através de tomografias de tórax e abdome e cintilografia óssea, ou através de PET-CT. Ambos os modos de estadiamento são muito bons, o seu médico irá indicar para o seu caso o que for mais conveniente.
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